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Os 7 maiores desafios enfrentados nas cadeias de suprimentos e logística
Os últimos 3 anos foram desafiadores para as cadeias de suprimentos e logística em todo o mundo. A pandemia de COVID-19, a guerra na Ucrânia, a inflação e a escassez de mão de obra são alguns dos fatores que contribuíram para a turbulência no setor.
A seguir, listamos os 7 maiores desafios que impactaram as cadeias de suprimentos e logística em 2023 e continuam sendo um alerta para os dias atuais:
Pandemia de COVID-19
A pandemia de COVID-19 foi o principal fator que causou interrupções nas cadeias de suprimentos em 2020 e 2021. Os lockdowns, restrições de viagens e fechamento de fábricas levaram a escassez de produtos e atrasos nas entregas.
Mesmo tendo sido em 2023, a pandemia ainda é um desafio para as cadeias de suprimentos uma vez que mover a estrutura de fornecedores da Ásia para outras regiões não é simples, rápido e barato também temos grandes estoques gerados após o efeito chicote, mas seu impacto foi menor do que nos anos anteriores. Isso se deve à vacinação em massa e ao relaxamento das restrições, que permitiram que as fábricas voltassem a operar com capacidade total.
Guerra na Ucrânia
A guerra na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro de 2022, também teve um impacto significativo nas cadeias de suprimentos. A Ucrânia é um importante produtor de commodities agrícolas, como milho, trigo e óleo de girassol, e a guerra levou a interrupções no fornecimento desses produtos.
Além disso, a Rússia é um importante produtor de energia, e as sanções impostas ao país devido à guerra também impactaram as cadeias de suprimentos com a briga sobre o fornecimento de gás a Europa levando ao elevado aumento de custo para produção.
Inflação
A inflação é outro desafio que afeta as cadeias de suprimentos e logística. O aumento dos preços de energia, combustíveis, alimentos e outros insumos está pressionando os custos das empresas, o que pode levar a aumentos de preços para os clientes.
Escassez de mão de obra
A escassez de mão de obra é outro fator que está afetando as cadeias de suprimentos e não é um fato recente, mas agravado pelo crescimento das vendas online. A pandemia levou ao aumento do desemprego, mas também a uma mudança nos hábitos de consumo, que aumentou a demanda por trabalhadores em alguns setores.
Fatores climáticos
Os fatores climáticos, como secas, inundações e tempestades, também estão causando interrupções nas cadeias de suprimentos. Esses eventos podem danificar infraestruturas, como portos e ferrovias, o que pode levar a atrasos nas entregas. Situações como
- Muito calor e pouca chuva: seca no Canal do Panamá causa problema mundial… – Veja mais nesse link.
- Enchentes, incêndios e terremotos: relembre alguns dos maiores desastres naturais de 2023. Veja mais nesse link.
Desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável é uma tendência crescente que está impactando as cadeias de suprimentos. As empresas estão sendo pressionadas a adotar práticas mais sustentáveis, o que pode levar a mudanças nos processos e nos produtos, na forma de consumo e de como fazer logística com veículos elétricos, combustíveis mais sustentáveis. Veja mais nesse link.
Tecnologia
A tecnologia é uma ferramenta importante para melhorar a eficiência das cadeias de suprimentos. O uso de tecnologias como inteligência artificial, machine learning e Internet das Coisas (IoT) pode ajudar as empresas a se tornarem mais resilientes e a mitigar os riscos. Logística 4.0: como funcionam os sistemas preditivos de IA que preveem e corrigem falhas. Veja mais nesse link.
Todos esses desafios levaram a uma escassez de produtos em todo o mundo. Os consumidores estão enfrentando dificuldades para encontrar produtos em estoque e os preços estão aumentando.
As empresas estão trabalhando para mitigar os impactos desses desafios, mas é provável que a escassez de produto continue sendo um problema em 2023 e nos próximos anos.
Para enfrentar esses desafios, as empresas precisam adotar uma abordagem de resiliência em suas cadeias de suprimentos. Isso significa estar preparado para lidar com interrupções e estar disposto a fazer mudanças quando necessário.
Algumas recomendações específicas incluem:
- Ter um plano de contingência para lidar com interrupções. Esse plano deve incluir estratégias para mitigar os impactos das interrupções e garantir a continuidade das operações.
- Diversificar a base de fornecedores. Isso pode ajudar a reduzir o risco de depender de um único fornecedor.
- Adotar tecnologias para melhorar a visibilidade da cadeia de suprimentos. Isso pode ajudar as empresas a identificar e resolver problemas mais rapidamente.
- Investir em treinamento para os funcionários. Isso pode ajudar as empresas a se adaptarem às mudanças e a responderem melhor às interrupções.
A resiliência é uma característica essencial para as cadeias de suprimentos no cenário atual. Empresas que adotam uma abordagem resiliente estão mais bem preparadas para enfrentar os desafios futuros.
Essa perspectiva é respaldada pelo trabalho de Júnior et al. (2019), que, em uma revisão sistemática da literatura, mapeou diversos construtos de maturidade na cadeia de suprimentos.
Diversos modelos foram desenvolvidos ao longo dos anos para avaliar o status das empresas, e a revisão sistemática até 2016, continuada por Júnior et al. (2019), apresenta um panorama detalhado desses construtos.
Identificamos, com base nessa revisão, que os construtos alinham-se, em grande parte, com o modelo proposto por Frederico e Martins (2012). Além disso, novas características foram identificadas, expandindo o escopo original.
Entre os construtos destacados estão Custos, Clientes, Processos, Tecnologia e ferramentas, Colaboração, Gestão, Medição de desempenho, Foco estratégico, Capacidade de resposta, Recursos e Meio Ambiente.
Esses construtos, delineados por meio de uma análise abrangente, formam a base de um modelo de maturidade e resiliência da cadeia de suprimentos.
O modelo proposto abrange três estágios: Inicial, Intermediário e Avançado. Empresas nos estágios iniciais estão começando a aplicar ou desenvolver construtos, enquanto aquelas nos estágios intermediário e avançado buscam dominar esses construtos, usando-os como diferenciais competitivos e tomando decisões mais informadas.
Esse modelo, derivado de uma revisão sistemática e análise qualitativa, não apenas preenche uma lacuna na literatura, mas também oferece uma orientação estratégica abrangente para as organizações.
A pandemia da COVID-19 destaca a necessidade urgente de aumentar a resiliência e a maturidade das cadeias de suprimentos, tornando este modelo uma ferramenta valiosa para gestores enfrentarem os desafios em um mundo em constante mudança.
Luiz Carlos Roque Junior
Com mais de 19 anos de experiência em Suprimentos e Logística, sou um profissional apaixonado e dedicado que busca constantemente a excelência e a inovação nas áreas de Gestão de Organizações, Liderança e Tomada de Decisão. Atualmente, coordeno os processos de suprimentos, negociação com fornecedores, compras nacionais, importação, comércio exterior, logística interna, movimentação de materiais, armazenagem, processamento de pedidos, distribuição, transporte e gerenciamento de informações logísticas no Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), uma referência nacional em pesquisa e desenvolvimento em biotecnologia.