sexta-feira, maio 16, 2025

Slow Procurement

by Eduardo Romani
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Slow Procurement

Slow Procurement

Vivemos em um mundo acelerado, em contínua transformação. O contexto digital aumenta ainda mais a velocidade das mudanças, as crises aparecem e se dissipam de maneira rápida.

Apesar disso, as tecnologias trazem praticidade para resolver problemas e facilitar a gestão.

Na área de compras, essa também é a realidade: quebras na cadeia de abastecimento, projetos urgentes, grande volatilidade e riscos por todos os lados.

Diante desse cenário frenético, desenvolvemos soluções ágeis e usamos as tecnologias mais do que nunca para resolver situações com rapidez e eficiência. Esse é o ponto positivo da gestão ágil e tecnológica.

Mas na contramão dessa realidade, acredito que desperdiçamos oportunidades de desacelerar em alguns processos e interações.

Com isso, perdemos chances de conseguir aproveitar e absorver as experiências de forma mais integrada e significativa e assim gerar mais valor.

O adjetivo “slow” é aplicado na alimentação (slow food), movimento que preza maior atenção ao preparo da comida e às experiências durante as refeições. Refletir de onde o alimento vem, como foi cultivado, como foi transformado até chegar à mesa e por fim comê-lo com apreciação.

Outra aplicação de “slow” é feita na arquitetura e no design, onde são projetados ambientes e móveis com o objetivo de aumentar a interação dos sentidos com o ambiente.

Mais uma vez, a ideia é dar mais valor para as sensações que esses pequenos prazeres nos proporcionam.

Já o Slow Procurement é um chamado ou provocação para os profissionais de compras desacelerarem e prosperarem a partir de ações simples na rotina corporativa.

Sim, é possível entregar mais mesmo com um ritmo mais lento, mas com mais presença. Cito abaixo quatro situações em que o Slow Procurement abre novas oportunidades.

1 – Presença nas reuniões

Pode parecer óbvio, mas estar, de fato presente nas reuniões com fornecedores e clientes internos é de grande importância quando conseguimos extrair o máximo dela.

Observar os interlocutores, seus gestos, emoções e colocações com atenção pode abrir espaços para novos acordos e soluções que inicialmente não estavam na pauta. A escuta ativa e interação com propósito tem um potencial imenso.

Afinal, pessoas fazem negócios e projetos com pessoas. Quando existe confiança e conversas francas os resultados aparecem.

As avaliações dos funcionários devem ser momentos especiais de troca. Temos a oportunidade de ensinar e aprender de maneira rica quando a conversa de feedback é feita com respeito e atenção.

Novamente falamos sobre estar presente, escutar com respeito e atenção e pensar antes de responder. Tudo para que a conversa seja propositiva e gratificante.

2 – Análise profunda de dados

Com cada vez mais sistemas e geração de dados, temos em nossas mãos informações e ferramentas que colaboram para uma melhor tomada de decisão.

Mas precisamos dedicar tempo de qualidade para analisar e extrair o máximo dos dados oferecidos.

Fazer a seleção, limpeza e interação dos bancos de dados irá gerar insights importantes para novas sugestões de automações, sourcing e novos projetos.

3 – Visitas de Campo

Levantar-se da cadeira e andar pela operação, visitar fornecedores e participar de fóruns e congressos são atividades fundamentais do comprador. Ainda mais quando fazemos isso de maneira contemplativa e sem pressa.

São momentos que proporcionam novas ideias e um olhar mais empático nos negócios.

A solução de problemas pode estar mais perto do que pensamos quando abrimos os olhos para outras perspectivas.

4 – Organização e Planejamento

O alto volume de tarefas nos coloca automaticamente em “modo execução”, mas também é importante parar.

Realmente parar, respirar e organizar a agenda de prioridades para aumentar a eficiência do trabalho. Pensar com calma nos projetos e atividades prioritários, organizar o tempo a seu favor, declinar reuniões improdutivas e delegar de forma consciente.

Também é fundamental deixar um tempo aberto para autoconhecimento, descanso, atividades físicas e meditação.

Esses são alguns exemplos de Slow Procurement. Assim como outras abordagens, esse conceito não se sustenta sozinho e precisa ser aplicado em conjunto com outras metodologias já vencedoras, como strategic sourcing, técnicas de negociação RPAs e gestão de categorias, etc.

O equilíbrio das técnicas irá deixar o trabalho mais leve, sustentável e gratificante. Nessas condições, os resultados prosperam exponencialmente e os compradores ficam mais felizes no trabalho.

eduardo romani - Blog Na Garage
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